Comece com o coração partido. Comece com o luto. Comece olhando para sua dor com interesse, convide-a para sentar-se com você por um momento. Gaste tempo com ela. Observe onde ela fere você. Diga o seu nome em voz alta. Acostume-se. Continue olhando até que ela se torne outra coisa, como um mormaço, que vai embaçando a vista, até que seja impossível identificar onde a dor começa e a vida termina. Abra espaço dentro de você para que a dor se instale. Sem fugir, lutar ou paralisar. Escolha, conscientemente, permanecer na dor por algum tempo, até que ela se dissolva, se esfarele e a incorporação absoluta da dor pelo corpo aconteça. Agora, a dor faz parte da constituição do seu ser, e de uma perspectiva contraintuitiva, isso produz a exata sensação de tranquilidade e alegria, que você buscava evitando a dor. Para acessar essa ferramenta autoconsciente de incorporação é necessário acolher o desconforto de ser o anfitrião da dor.